quinta-feira, 6 de março de 2008

EM UM LUGAR ONDE NUNCA ESTIVE

Em algum lugar onde nunca estive, e felizmente aquém de qualquer experiência,
teus olhos guardam seu silencio em teu gesto mais frágil, há coisas que me envolvem ou que não posso tocar porque estão muito próximas.
Teu olhar mais leve facilmente me descerra embora eu me tenha fechado como dedos,
e me entreabres sempre, pétala por pétala, como a primavera ( por toques habilidosos, misteriosamente) abre a primeira rosa ou se teu desejo e me fechar, eu e minha vida nos fecharemos formosa e rapidamente,
como quando o coração desta flor imagina que a neve -cuidadosamente- esta caindo em toda parte; nada do que podemos perceber neste mundo se compara ao poder de tua intensa fragilidade: cuja textura me compromete com a cor de seus países e me entrega para sempre a morte cada vez que respiro (nada sei do que te faz tão poderosa ao me mover; mas algo em mim compreende apenas que a voz de teus olhos e mais profunda que todas as rosas); ninguém, nem mesmo a chuva, tem as mãos assim tão pequenas.

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